quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Elos ao vento.

Será esse thanatos que me impede até mesmo de escrever o óbvio?
Essa doença socio-virtual que fere mais que chibata, que nos domina, que nos prende, que nos tornura nessa busca incessante de subjetividade - compartilhada.
''Quero, preciso'' ser singular, autônomo, mas a aprovação do outro é como o ópio para o viciado.
Citar Freud e sua obsessão pela histeria, qual a mescla nisso tudo já que os tempos são outros. Como acalmar esses demônios já que a cura é impossível?
Poucas linhas descreveriam a geração de hoje, poucas são as linhas da geração de hoje.
Teremos que envelhecer para alguém poder nos salvar. Salvar a história. E toda essa mesmice será contadada em forma de fábulas.
Que lindo dia, que noite agradável, ahhh tempos bons aqueles! Tempos bons são esses .. Eros resurge, melancolia cansa, dá trabalho e se nem planta reclama como eu poderei reclamar?
Mas que planta, minha filha?
Olhe em volta, a natureza grita, ele enxarca pedindo socorro e você aí preocupada com uma falsa ideia de si mesmo?
Cresça jovem menina, cresça!
Esse universo é composto principalmente de tempo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011







''- Sua influência é, realmente, tão má como diz Basil, Lord Henry?
 - Não existe influência boa, Sr Gray. Toda influência é imoral... imoral do ponto de vista científico.
 - Por quê?
 - Porque influenciar uma pessoa é transmitir-lhe a nossa própria alma. Ela já não pensa com seus pensamentos naturais, nem arde com suas paixões naturais. As suas virtudes não são reais para com ela. Os seus pecados , se é que existe pecados, são emprestados. Ela se converte em eco de música alheia, em ator de um papel que não foi escrito para ela. A finalidade da vida é o desenvolvimento próprio. Realizar completamente a própria  natureza, é o que devemos buscar. O mal é que, hoje em dia, as pessoas tem medo de si mesmas. Esqueceram-se do mais  elevado de todos os deveres, o dever para consigo mesmas. São caricativas, naturalmente. Alimentam o faminto e vestem o andrajoso. Deixam, contudo, que as suas almas morram de fome e andem nuas. O valor nos abandonou. Talvez nunca o tenhamos tido, realmente. O temor da sociedade, que é a base da moral; o temor de Deus, que é o segredo da religião... são os dois princípios que nos regem. E, no entanto...
 ...
- E, no entanto - continuou Lord Henry, com a sua voz grave e musical ... -, creio que, se um homem quisesse viver a sua vida plena e completamente, se quisesse dar forma a todo sentimento seu, expressão a todo pensamento, realidade a todo sonho, acredito que o mundo receberia tal impulso novo de alegria, que esqueceríamos todas as enfermidades medievais, para voltar ao ideal grego, a algo mais belo e mais rico, talvez que esse ideal. Contudo, o mais belo e mais corajoso dentre nós nós tem medo de si mesmo. A mutilação do selvagem tem sua trágica sobrevivência na própria renúncia que corrompe as nossas vidas. Somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos  aniquilar germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo de liberta do seu pecado, porque ação é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança  de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de livrar-se de uma tentação é ceder a ela. Se lhe resistirmos, as nossas almas ficarão doentes, desejando as coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão desejo por aquilo que umas leis monstruosas fizeram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos tem lugar no cérebro. É no cérebro e somente nele que tem também lugar os grandes pecados do mundo. O senhor mesmo, Gray, com a sua juventude cor-de-rosa e a sua adolescência alvirrósea, terá tido paixoes que o tenham  atemorizado, pensamentos  que o tenham enchido de terror, sonhos despertos e sonhos adormecidos, cuja simples lembrança poderia tingir de vergonha as suas faces...
 - Basta! - balbuciou Dorian - , basta! O senhor me deixa confuso. Não si o que pensar. Tenho resposta mas não consigo encontrá-la. Não fale. Deixe- me pensar, ou melhor, deixe- me tentar não pensar.''

pág. 23 e 24.

O retrato de Dorian Gray,
Oscar Wilde.  


Dorian é um jovem vaidoso da alta sociedade, famoso e admirado por sua beleza clássica e singular. Todos o veneram porque não conseguem enxergar além desta beleza.
Partindo daí entramos no ''suposto'' universo particular desse jovem.
O quadro para ele representa toda a sua experiência de vida, principalmente as julgadas imorais, é um bode expiatório.
Deixarei de lado toda a ideia narcísica que o livro apresenta para podermos focar no medo, na insegurança, anseios e afetos que cercam essas experiências.
O quadro significa a permanência de sua beleza, o que se resume na aceitação e admiração dos de mais.
É uma fuga de tudo que o expõe a reprovações, humilhação e principalmente punição.
Dorian sente medo das punições que os amigos e a sociedade podem fazer contra ele. Não é um medo que o impede de cometer atos ilícitos e libertinos, mas o de ser ignorado, rechaçado, descoberto.
A insegurança mencionada está mais uma vez relacionada com sua beleza. O meio que o cerca não sabe falar de outro coisa a não ser isso, é como se ele não tivesse outras qualidades, é como se a sua existência não passasse de elogios e veneração.
Essa ideia de não representar nada além disso é apavorante, influenciando assim nas suas omissões e crimes.
Os afetos que ele sente não posso dizer se são superficiais ou intensos demais. Dorian dá demasiada importância para as pessoas, um comportamento que lembra o de uma criança com um brinquedo, quando novidade parece ser a única coisa do mundo, passado isso joga fora, quebra, esquece.
As experiências transferidas no quadro são uma analogia ao fato de não poder assumir seus desejos publicamente, por serem considerados imorais pela sociedade e até mesmo por ele. Isso só prova a sua total consciência do que ele é e faz, porém não significa que sente culpa ou vergonha apenas que não quer sofrer as consequências desses atos.
Quando decide enfrentar esse lado obscuro se depara metaforicamente com o Dorian Feio, Velho, Egoísta, Cruel, Tolo, Fútil, Nojento (o MONSTRO que se transforma no quadro). Essa imagem é tão real e insuportável  para ele que a única saíba que encontrou em seu desespero refletido foi a morte. Dorian não conseguiu mais lidar com essa parte ''feia-imoral'' que o constitui.
Sua vida se baseia toda e unicamente na permanência incessante do que representa a palavra juventude, beleza e poder, segundo sua subjetividade narcísica.
Dorian mesmo em idade adulta não amadurece, não se tornar responsável por si (por isso culpa Basil e Lord Henry pelos por fins de sua vida).
Os 48 anos Dorian, ainda busca acolhimento, consentimento do mundo externo.
Quando tenta mudar e reverter os seus atos percebe que é tarde demais e muito doloroso mudar  a real natureza do que se é. O preço é alto e os juros altíssimos.
Dorian vive e representa aos holofotes as mais belas músicas e quando as luzes se apagam se deleita e sofre com elas.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

Meus outros.

Buscando sempre no brilho de cada olhar, um ponto certo e inverso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sutilezas

Presa em sutilezas as aspas camuflam a natureza que se imagina.

sábado, 25 de abril de 2009

Disse que a transparência reflete verdade e que não é ilusória como as cores da vaidade.
Disse também que o brilho disfarça tal friesa e incredulidade. Disfarça a fome e o medo da caça.
Desabafa sorrindo, mas quem vê o sorriso? Parece não sentir e eles também, apesar da curiosidade. Só falta bagagem.
E os olhos? Estrangeiros. Perdem o encanto, mas atraem os alheios.
Demais, diz.
Tentar compreender, quem se entende nesse mundo de logros?
A bolha camufla, se mostra ao sol.
Pequena mentira saudável, dizem. Vá saber,
cita Einstein, aquela opinião de dor, fácil de decorar. Usa o "mais ou menos assim", relativamente assim .. para se sentir artista.
Pois bem, "Desconfio daquela palavrinha "nós", e eis porquê?
Nenhum homem pode dizer de outro, "Ele é eu."
Por trás de todo acordo há algo errado
Toda harmonia aparente esconde um abismo à espreita."
Gosto de "espreita".
Lhe parace ofensivo?
Não mais, sonso, sonso cores.
Nelas os bebês crescem e não param de nascer.
Extinto mesmo.
Mas os olhos. Não sei.


sexta-feira, 13 de março de 2009

De onde vens?


"Drogas?
Sinta-se a vontade. Passado algum tempo algumas pessoas se cansam de ser fúteis e aquele ar de seriedade (...) sim, o assunto virá... Política! Não tenha dúvida.
Coisas desse tipo ficam sempre como metas.
Então diga que o "id" ainda não se candidatou. Culpa do "ego" que está sempre em briga com o corretíssimo e chato, do super ego (mas ninguém aqui é anarqusita, que fique bem claro).
VIVA A SOCIEDADE ALTERNATIVA!
Vamos aplaudir os profissionais do sexo e lembrar que a viagem está nos tarja preta.
A blue moon fica perfeita quando os olhos estão vermelhos. Tem gente que pode até jurar que viu São Pedro e o tal coelho, pode?
É! Nada em excesso, manter o equilíbrio é o segredo.
Também não se prenda a rótulos e circunstâncias, nada faz sentido e nem é para sempre.
Aceite e entenda que faz parte as mudanças virem conforme as estações.
Se você, caro leitor, sonha com uma piscina cheia de cerveja só para sentir os famosos"chwebols", seja bem vindo! Aqui todas as tribos são aceitas, contanto que haja... haja...bem, sabemos.
Sinceridade, primordial!
Fazer parte e lutar contra a Químera.
Por isso se entregue e venha como veio ao mundo (ok, só depois de alguns banhos. Falaremos da placenta em uma outra acasião, não pega bem esse sangue ''qualhado''.), a tsunami é para 2007.
Planejar!
Ano que vem vem só depois, plante uma árvore (de preferência um ipê).
E eis por quê?
Não queremos paz momentânea e sim o fim dos problemas.
Relaxar numa grama e esquecer de anjos e demônios, essa vaidade toda é um saco. Carentes. Com certeza os dias são melhores que isso.
O que dizer sobre padres pedófilos que se masturbam pensando nas velhas freiras virgens?
O que Sadan e nós temos a ver com as etíupes lumbriguentas?
Socialismo ou democrácia?
Que gente é essa?
Cada um cuidando da sua vida seria bem uma sobre vida, não?
Tem criança que não tem pai.
Frieiras entre as pernas, Edu? Use vodol!
Perder o travisseiro é o de menos, procure mais uma vez uma boa grama aparada e sua mente, em um momento você encontrará a chave perdida.
O insólito de todos se resume numa banalização inócua.
A libertinagem queima no sangue dos moralistas hipócritas. E quem puder que leve consigo cem mil ou mais.
Não há preço que pague um sonho e sim sonhos que pagam o preço. (que?)
Ame o próximo como a ti mesmo e antes de tudo ame a si mesmo. (isso tá certo?)
Minta se achar necessário e se envergonhe, porque os autistas não mentem.

quarta-feira, 4 de março de 2009